Pesquisa-desenvolvimento em sistemas de produção com pecuária de leite na região noroeste do Rio Grande do Sul, com uma concepção de território.


  • 27/06/2012 11:56 - Atualizado em 30/06/2012 11:11

INSTITUIÇÃO COORDENADORA: Embrapa Pecuária Sul

LÍDER: Gustavo Martins da Silva

FONTE FINANCIADORA: EMBRAPA

PERÍODO DE EXECUÇÃO: 3 anos (início em abril de 2010)

RESUMO:

A região noroeste do Rio Grande do Sul apresenta importantes pólos de produção de leite, predominando produtores familiares, que tem na atividade leiteira uma forma mais estável e segura de renda. Entretanto, embora o crescimento da produção, constata-se que muitos produtores encontram dificuldades e estão deixando o meio rural, principalmente os jovens. Um dos aspectos que podem estar comprometendo a reprodutibilidade dessas unidades de produção é a pressão para introduzir práticas tecnológicas dependentes de insumos externos de alto custo, a exemplo dos cultivos convencionais de soja e trigo que ocorrem em regiões próximas. Neste contexto, é fundamental que se desenvolvam ações no sentido de contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar e da pecuária de leite. Desde o ano 2004, técnicos em extensão rural e pesquisadores de diversas instituições (entre elas a EMBRAPA) reuniram-se para debater e trabalhar o tema, o que concorreu para a criação de um Programa de Pesquisa-Desenvolvimento em Pecuária de Leite. Em função de um zoneamento e uma tipologia dos sistemas de produção elaborados por esse Programa, constatou-se que na região mais próxima ao Rio Uruguai, contemplando aproximadamente 18 municípios, existe uma zona com certa homogeneidade em termos de ocupação e organização sócio-produtiva no meio rural. As condições de relevo acidentado e solos rasos certamente condicionaram essas características, limitando a adoção de práticas convencionais inerentes à agricultura moderna. Em função de suas características próprias, o presente projeto toma como base essa região, e os trabalhos têm como referencial teórico principal a metodologia de pesquisa-desenvolvimento, ou seja, um processo cíclico e participativo de identificação de demandas, pesquisa, validação e então retroalimentação. Primeiramente será realizado um diagnóstico em unidades de produção previamente selecionadas juntamente com os produtores; posteriormente, uma avaliação criteriosa de diversos aspectos sociais, ambientais e técnico-produtivos (confirmando ou não a tipologia); e, após, uma reflexão coletiva acerca dos sistemas, culminando com a elaboração de proposições que serão colocadas em prática em Unidades de Experimentação Participativa. As propostas serão parte de um redesenho das unidades produtivas, elaborado em conjunto pela equipe e produtores, visando conferir maior sustentabilidade aos diferentes sistemas, respeitando as particularidades de cada tipo. Um tema já constatado como demanda, e que por isso será foco de experimentos, é a produção e manejo de forragem, o que pode gerar conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pela “produção a pasto”. Finalmente, espera-se construir uma concepção de território, a partir da mobilização dos atores envolvidos, o que pode se constituir, desde que apropriado pela sociedade, em um importante instrumento para elaboração de ações e projetos de desenvolvimento.