Polêmica: silagem de colostro x ração para terneiras
A médica veterinária e extensionista da Emater/RS-Ascar que desenvolveu a silagem de colostro, Mara Helena Saalfeld, defendeu o uso desse alimento e, ainda, que as terneiras sejam criadas no pasto.
- 02/07/2012 08:36 - Atualizado em 02/07/2012 17:00
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Mara Saalfeld defende silagem de colostro às bezerras
A médica veterinária e extensionista da Emater/RS-Ascar que desenvolveu a silagem de colostro, Mara Helena Saalfeld, defendeu, no dia 27 de junho, em Três Passos, o uso desse alimento e, ainda, de pasto e água às terneiras. Mara, que trabalha em Pelotas, foi convidada a participar do Dia de Campo promovido pela Emater/RS-Ascar, com financiamento público do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no Território da Cidadania Noroeste Colonial. “As terneiras precisam de leite, mas se o produtor não quiser dar isso a elas, que ofereça a silagem de colostro e não suplemento alimentar”, sustentou Mara. A silagem de colostro também é recomendada nas Unidades de Observação da Rede Leite.
Contrária àideia de manter as terneiras confinadas, à base de ração e feno, como sugeriram alguns agricultores, Mara defendeu que, além de serem alimentadas com silagem de colostro, elas sejam criadas soltas, no pasto, para irem, aos poucos, sendo forçadas a comer o que está no campo. “O bucho do animal precisa de pasto, quanto mais tarde eu der pasto, mais tarde o bucho vai se desenvolver”, lamentou Mara. Outra razão para não confinar, segundo ela, é que as bezerras precisam de sol para sintetizar a vitamina D (responsável pela absorção de cálcio e formação dos ossos e dentes). “No fundo eu sentia que as terneiras confinadas não estavam bem”, disse a agricultora Cleusa Gretter, anfitriã de três das cinco estações do Dia de Campo.
No mesmo dia do evento, Cleusa retirou do confinamento uma de suas bezerrinhas e a acomodou à sombra de uma laranjeira, ao lado de um pote com água. “O importante é repassar informações aos agricultores para que eles possam, com sua sabedoria, tomar as decisões”, ponderou a extensionista de Bem-Estar Social da Emater/RS-Ascar, Laurice Gelatti Diniz.
Silagem de Colostro
Depois de parir, a vaca produz colostro, alimento rico em nutrientes e anticorpos, espécie de vacina natural contra doenças. Pelo menos até o sexto dia de lactação, o leite produzido pela mãe mantém essas características, por isso não pode ser comercializado. Muitas vezez, o recém-nascido não dá conta de mamar tudo o que é produzido e boa parte do colostro é jogada fora. Para acabar com esse desperdício, a médica veterinária Mara Saalfeld decidiu armazenar o colostro em garrafas pet.
Após 21 dias de fermentação a silagem de colostro armazenada até a boca da garrafa estará pronta. Ela deve ser misturada, na mesma proporção, com água morna (50º C). Por ser ácida, diferente do leite doce da mãe, a silagem deve ser oferecida aos poucos, (somente depois do segundo dia de vida), na mamadeira ou no balde, de modo que o animal vá se acostumando com o sabor. No primeiro dia em que ele vai receber o alimento, usa-se 25% da silagem e o restante de leite. No segundo dia, 50%. No terceiro, 75% de silagem e, a partir do quarto dia, somente a silagem.
Informações
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
Fone: (55) 3333 8040
www.emater.tche.br
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