Rede Leite apresenta horizonte à casal de produtores de Braga
Casal que não tinha casa nem conhecimento encontra horizonte na Rede Leite.
- 11/04/2012 14:42 - Atualizado em 12/04/2012 11:23
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Propriedade de Claudenice e Daniel Baldo, em Braga
Foi em São Borja que Daniel e Claudenice Baldo se conheceram. Ela, vendedora. Ele, filho de agricultores, estava no quartel. Casados, foram morar num galpão, no interior de Braga. O telhado de zinco era uma brasa no verão. No inverno, o zinco congelava as gotas d’água. “O jeito foi colocar forro de lona preta no teto”, lembrou Daniel. Contudo, da janela do galpão, a vista era deslumbrante. A planície emendava na coxilha, coberta de mata nativa. “Dava para ver o horizonte”, lembrou Claudenice.
Sem perder o “horizonte” de vista, o casal precisava decidir como iria se sustentar. “Tinha que ser uma atividade que remunerasse mensalmente, porque nós éramos acostumados a ter salário”, disse ela. “Decidimos que seria o leite”, completou Daniel.
A inexperiência custou caro. “Uma das vacas não tinha força para se levantar, durante dias”, lembrou Claudenice. “Sacrificamos o animal e depois descobrimos que era apenas falta de cálcio”, lamentou ela. A vontade de aprender levou o casal a ingressar, no fim de 2007, no Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do RS (Rede Leite). “Nas visitas que a gente faz a outras propriedades, vamos colhendo informações”, disse Daniel. “Este é um casal que aceita sugestões”, elogiou o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Neuri Turra, que vem acompanhando a evolução dos Baldo. “Só o fato de termos aprendido a calcular nossos gastos foi uma grande coisa”, disse Claudenice.
Através de uma planilha, Turra e os Baldo acompanham o histórico da produção de leite e, mais do que isso, a gestão dos recursos. Quanto se gastou com adubo, energia elétrica, alimentação. Centavo por centavo, o dinheiro que saiu e entrou, fica tudo fica registrado. Na análise mais recente, julho de 2009 a julho de 2010, as oito vacas em lactação produziram 43.320 litros, média de 3.600 litros ao mês. Recebendo R$ 0,59 pelo litro, os Baldo alcançaram uma receita líquida mensal de R$ 653,00, apenas com a venda de leite. “Até o fim do ano, vamos passar dos 70 mil litros”, projetou Daniel, contabilizando o acréscimo de mais duas vacas em lactação. Segundo Turra, ainda há espaço para enxugar gastos. “Para produzir um litro de leite, o custo deles é de R$ 0,43 e a receita líquida, R$ 0,16”, disse o técnico da Emater/RS-Ascar.
Na propriedade de 10,6 hectares, cheia de subidas e descidas, há um mix de forrageiras, tifton, capim sudão, milho, capim-aruana, ervilhaca, muitas delas, introduzidas depois do Rede Leite. Há também uma bela casa de alvenaria pintada de azul, onde moram os Baldo. Para Claudenice, a orientação que recebem do Programa dá segurança e respalda as decisões do casal perante a comunidade. “Muitos vizinhos vêm pedir informação”, disse ela. “Quem não tem acompanhamento técnico parece que está perdido”, concluiu Claudenice.
Informações
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
(55) 3333 8040
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