Dia de Campo em Augusto Pestana reúne produtores e técnicos do Noroeste Gaúcho
Dia de Campo mostrou estudos sobre pastagens e produção animal. Evento fez parte da programação da Rede Leite.
- 11/04/2012 14:09 - Atualizado em 12/04/2012 11:15
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Dia de Campo em Augusto Pestana
A Embrapa Pecuária Sul, a Unijuí e a Emater/RS-Ascar promoveram no dia 4 de novembro de 2010, no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR/Unijuí), em Augusto Pestana, um Dia de Campo sobre pastagens e produção animal. O evento fez parte da programação de atividades do Programa Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do
RS (Rede Leite).
Pela manhã, foram apresentados experimentos a campo sobre desempenho de forrageiras de inverno sobressemeadas em Tífton 85, a eficiência produtiva de vacas Holandês e Jersey em pastagens de azevém e consórcios forrageiros de inverno.
O pesquisador Gustavo Martins da Silva, da Embrapa Pecuária Sul, juntamente com a professora Leonir Therezinha Uhde e os estudantes Guilherme Konradt e Ana Lúcia Londero, da Unijuí, apresentaram os experimentos sobre manejo do solo e desempenho de forrageiras de inverno, como aveia, trevos, ervilhaca e azevém, sobressemeadas em Tífton 85. O tífton é uma gramínea bastante utilizada na região para pastagem perene e cobertura de solo. No inverno, tem o crescimento paralisado, e os produtores realizam a sobressemeadura com outras espécies, principalmente aveia e azevém.
No experimento realizado no IRDeR, seis espécies foram sobressemeadas em duas alturas diferentes de tfton. “Vimos junto com os produtores acompanhados que gramíneas como a aveia e o azevém, bem como a ervilhaca, poderiam ser sobressemeadas com o tífton mais alto, pois ele mantém a umidade do solo, favorecendo a germinação das sementes. Já com as leguminosas, o tífton tem que estar mais baixo”, disse o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul.
A professora da Unijuí está desenvolvendo desde julho um trabalho em cinco hectares de tífton sobressemeado com aveia, trevo vesiculoso e ervilhaca. Parte da área foi exposta por duas vezes ao pisoteio animal. “A ideia é avaliar a retenção e a compactação do solo, o que isso influencia no rendimento da pastagem e quais os cuidados necessários na fertilização”, explicou Leonir.
Outro trabalho com forrageiras foi apresentado pelo também professor da Unijuí, Adriano Maixner, e os alunos Felipe Bertolin e Patrícia Juswiak apresentaram experimentos sobre desempenho de consórcios forrageiros de inverno. Dependendo do consórcio, é possível aumentar o ciclo da pastagem, o que proporciona menor custo com feno e silagem para alimentar o rebanho. Entre os consórcios apresentados, estão o de azevém com aveia preta e trevo branco, azevém com aveia preta e cornichão, azevém com aveia preta e trevo vermelho, e azevém com aveia preta, trevo vesiculoso e trevo branco. “Estamos avaliando qual o potencial de produção dessas pastagens, quanto elas conseguem produzir na primavera e o quão antes podem produzir no outono. É importante que essas espécies sobrevivam no verão para que no inverno possam alimentar os animais”, disse Adriano, observando o bom desempenho do trevo branco nesses consórcios, garantindo maiores produções de matéria seca.
A eficiência produtiva de rebanhos Jersey e Holandês em pastagens de azevém comum foi o tema do trabalho mostrado pelo professor do Instituto Federal Farroupilha (IFF), Jairo Diefenbach, e pelo aluno do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, Bruno Castro Kuinchtner. Onze vacas Jersey e 11 Holandês tiveram a produção de leite observada desde o pós-parto até os 310 dias de lactação, sendo suplementadas a partir dos 15 quilos de leite produzidos.
Os dados iniciais do experimento apontam que a resposta à alimentação foi melhor nas vacas Jersey, que mantiveram a média de produção mesmo com a queda da qualidade das pastagens no final do inverno. No pico de produção, uma Jersey de 450 quilos estava produzindo 38 litros de leite ao dia, mesma quantidade produzida por uma Holandesa de 600 quilos. A explicação poderia estar na maior rusticidade da raça. “Mas não estamos dizendo que a Jersey é melhor. Ambas têm o seu valor e a tendência do mercado é remunerar pela qualidade do produto. Nosso objetivo é gerar informações”, disse o professor do IFF.
À tarde, foram promovidas mesas-redondas sobre a utilização de pastagens anuais de verão e o futuro do mercado leiteiro. Os produtores e técnicos relataram experiências de cultivo de diferentes espécies, como sorgo forrageiro e capim sudão, além de forrageiras oriundas de outras regiões brasileiras. O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de juí, Neimar Peroni, apresentou o cenário de crescimento da produção leiteira no Estado e o desafio da agregação de valor ao produto – muito além do leite em pó, pauta da maior parte dos investimentos da indústria leiteira nos últimos anos – como forma de acessar mercados e fortalecer os produtores na cadeia produtiva.
Rede Leite
O objetivo principal da Rede Leite é contribuir para o fortalecimento e a viabilidade da agricultura familiar, com foco na atividade leiteira. Os participantes realizam um trabalho conjunto entre pesquisadores, extensionistas e produtores para a geração de conhecimento e de tecnologias por meio de um processo participativo – a metodologia pesquisa-desenvolvimento –, desenvolvido nos próprios estabelecimentos rurais a partir dos sistemas de produção existentes.
Informações
Assessoria de Imprensa Embrapa Pecuária Sul
Jornalista Breno Lobato
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