Rede Leite debate gênero no meio rural
Tema proposto pelo GT Social expõe modelo patriarcal
- 13/08/2014 17:37 - Atualizado em 13/08/2014 19:46
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Extensionistas opinam sobre dominação na relação entre homens e mulheres.
O que é ser homem e o que é ser mulher?Essa e outras questões, associadas à violência e dominação que permeiam os gêneros feminino e masculino, foram discutidas nesta quarta-feira (13/08), em Ijuí, durante curso de formação para extensionistas da Emater/RS-Ascar. O tema, segundo lembrou o gerente regional Geraldo Kasper, também está sendo discutido no Planejamento Estratégico da Instituição, documento que orienta as futuras ações dos extensionistas, voltadas às famílias do meio rural.
A iniciativa de abordar o assunto partiu dos extensionistas que prestam assistência aos agricultores familiares da Rede Leite, da qual fazem parte, além de agricultores familiares, nove instituições: Emater/RS-Ascar, Embrapa, Unicruz, Unijuí, Instituto Federal Farroupilha – campus Santo Augusto, Fepagro, Cooperfamiliar e Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos (Agel).
No encontro de quarta-feira, dois assuntos foram priorizados: a opressão de gênero no meio rural e a questão de gênero na cultura patriarcal. “O nosso sexo é o biológico, mas o gênero é construído socialmente. Não nascemos mulher nem homem, a sociedade vai dizendo como uma mulher se comporta e como um homem se comporta”, disse a socióloga da Universidade de Cruz Alta, Janete Schubert. “O jeito de ser mulher e de ser homem se constrói na família, na escola, no social, isso não está nos nossos cromossomos, não está na nossa genética”, completou a socióloga da Unicruz.
As dinâmicas de grupo, conduzidas pela coordenadora do Grupo Temático Social (GT Social), professora da Unicruz Rosane Felix, insistiram na “desnaturalização” da questão de gênero, ou seja, na ideia de que não é nada natural reproduzir cotidianamente valores e simbologias do modelo patriarcal de sociedade, que valida o poder masculino sobre todos que estão a sua volta. “Nos casais mais jovens, as mulheres dirigem trator, estão pegando no pesado”, ilustrou o engenheiro agrônomo Diogo Schwertner. “Mas, será que o homem está ajudando sua esposa no trabalho doméstico?”, indagou a extensionista Social, Loiva Mittelstaedt.
No relato feito pelos extensionistas que atuam com os produtores de leite vieram à tona problemas na relação familiar, vivenciados no dia a dia: humilhações, demérito do trabalho feminino, falta de remuneração para as mulheres e falta de políticas públicas para elas.
O que fazer ?
Na opinião do gerente adjunto da Emater/RS-Ascar, Antônio Altíssimo, a dominação presente na questão de gênero necessita ser debatida. Segundo Altíssimo, o extensionista que identifica problema dessa natureza terá de cultivar um vínculo com as famílias, sem o qual não será possível resolver o problema de dominação de um gênero sobre o outro. Ainda segundo Altíssimo, a gerência da Emater/RS-Ascar se empenha em oferecer uma estrutura de apoio ao extensionista que se depara com essa situação.
Por outro lado, Antônio Altíssimo lembrou que o enfrentamento ao tema também deve ser feito em casa e nos escritórios da Emater/RS-Ascar. “Onde houver uma pessoa que massacra as demais, a relação se fragiliza”, disse o dirigente regional.
Também presente ao encontro a representante do Núcleo de Desenvolvimento Social da Emater/RS-Ascar, Magda Tonial, considera um desafio “fazer este exercício de reflexão” nas equipes da Instituição.
Acorda Raimundo, acorda!
Durante o curso, foi exibido o curta Acorda Raimundo, acorda! Sátira que evidencia a relação de opressão às avessas, isto é, é o marido quem fica em casa para cuidar da educação dos filhos e do trabalho doméstico, sofrendo humilhações da esposa, que sai diariamente para trabalhar fora de casa e beber com as amigas até altas horas da madrugada. “Marta quase me bateu para me deixar um trocadinho de nada”, desabafa o marido Raimundo a um vizinho.
Rede Leite
Experiência inédita no país, a Rede Leite segue fundamentos da Pesquisa-desenvolvimento: enfoque sistêmico, abordagem interdisciplinar, análise dinâmica e participação.
Informações
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
Rede Leite debate gênero no meio rural e papel de mediação da Emater/RS-Ascar
O que é ser homem e o que é ser mulher?Essa e outras questões, associadas à violência e dominação que permeiam os gêneros feminino e masculino, foram discutidas nesta quarta-feira (13/08), em Ijuí, durante curso de formação para extensionistas da Emater/RS-Ascar. O tema, segundo lembrou o gerente regional Geraldo Kasper, também está sendo discutido no Planejamento Estratégico da Instituição, documento que orienta as futuras ações dos extensionistas, voltadas às famílias do meio rural.
A iniciativa de abordar o assunto partiu dos extensionistas que prestam assistência aos agricultores familiares da Rede Leite – Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira, da qual fazem parte, além de agricultores familiares, nove instituições: Emater/RS-Ascar, Embrapa, Unicruz, Unijuí, Instituto Federal Farroupilha – campus Santo Augusto, Fepagro, Cooperfamiliar e Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos (Agel).
No encontro de quarta-feira, dois assuntos foram priorizados, a opressão de gênero no meio rural e a questão de gênero na cultura patriarcal. “O nosso sexo é o biológico, mas o gênero é construído socialmente. Não nascemos mulher nem homem, a sociedade vai dizendo como uma mulher se comporta e como um homem se comporta”, disse a socióloga da Universidade de Cruz Alta, Janete Schubert. “O jeito de ser mulher e de ser homem se constrói na família, na escola, no social, isso não está nos nossos cromossomos, não está na nossa genética”, completou a socióloga da Unicruz.
As dinâmicas de grupo, conduzidas pela coordenadora do Grupo Temático Social (GT Social), professora da Unicruz Rosane Felix, insistiram na “desnaturalização” da questão de gênero, ou seja, na ideia de que não é nada natural reproduzir cotidianamente valores e simbologias do modelo patriarcal de sociedade, que valida o poder masculino sobre todos que estão a sua volta. “Nos casais mais jovens, as mulheres dirigem trator, estão pegando no pesado”, ilustrou o engenheiro agrônomo DiogoSchwertner. “Mas, será que o homem está ajudando sua esposa no trabalho doméstico?”, indagou a extensionista Social, Loiva Mittelstaedt.
No relato feito pelos extensionistas que atuam com os produtores de leite vieram à tona problemas na relação familiar, vivenciados no dia a dia: humilhações, demérito do trabalho feminino, falta de remuneração para as mulheres e falta de políticas públicas para elas.
O que fazer ?
Na opinião do gerente adjunto da Emater/RS-Ascar, Antônio Altíssimo, a dominação presente na questão de gênero necessita ser debatida. Segundo Altíssimo, o extensionista que identifica problema dessa natureza terá de cultivar um vínculo com as famílias, sem o qual não será possível resolver o problema de dominação de um gênero sobre o outro. Ainda segundo Altíssimo, a gerência da Emater/RS-Ascar se empenha em oferecer uma estrutura de apoio ao extensionista que se depara com essa situação.
Por outro lado, Antônio Altíssimo lembrou que o enfrentamento ao tema também deve ser feito em casa e nos escritórios da Emater/RS-Ascar. “Onde houver uma pessoa quemassacra as demais, a relação se fragiliza”, disse o dirigente regional.
Também presente ao encontro a representante do Núcleo de Desenvolvimento Social da Emater/RS-Ascar, Magda Tonial, considera um desafio “fazer este exercício de reflexão” nas equipes da Instituição.
Acorda Raimundo, acorda!
Durante o curso, foi exibido o curta Acorda Raimundo, acorda! Sátira que evidencia a relação de opressão às avessas, isto é, é o marido quem fica em casa para cuidar da educação dos filhos e do trabalho doméstico, sofrendo humilhações da esposa, que sai diariamente para trabalhar fora de casa e beber com as amigas até altas horas da madrugada. “Marta quase me bateu para me deixar um trocadinho de nada”, desabafa o marido Raimundo a um vizinho.
Rede Leite
Experiência inédita no país, a Rede Leite segue fundamentos da Pesquisa-desenvolvimento: enfoque sistêmico, abordagem interdisciplinar, análise dinâmica e participação.
Informações
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
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