Em Redentora, Rede Leite sugere alteração de manejo a casal agricultores


O grupo também sugeriu mais pasto e menos silagem e ração


Propriedade do casal Jung tem quatro hectares e fica na localidade São Pio X.

Mais que uma visita de cortesia, integrantes da Rede Leite se encontraram nesta quarta-feira (06/08), em Redentora, com o objetivo de fazer um minucioso diagnóstico da propriedade de quatro hectares do casal Noeli e César Jung. Ao final do encontro, à tarde, pequenos agricultores, extensionistas da Emater/RS-Ascar e pesquisador da Embrapa deixaram uma lista de sugestões que poderá ou não ser acolhida pelo casal anfitrião. O prefeito de Redentora, Marcos Giacomini, secretário de Agricultura, Mário Moreira, secretário de Desenvolvimento, Amauri Viana da Costa, e supervisores microrregionais da Emater/RS-Ascar, Rejane Gollo Fornari e João Schommer, também participaram do encontro, na comunidade Linha São Pio X.

Mesmo tendo conseguido obter mil litros de leite por hectare, de um plantel de seis vacas em lactação, com margem de lucro de aproximadamente 20 centavos por litro de leite, os Jung tiveram seu desempenho projetado mais para o alto pelo grupo da Rede Leite. 

Entre inúmeras observações, o grupo sugeriu mais pasto e menos silagem e ração, que são os dois itens que mais oneram os custos de produção do casal de agricultores. O pesquisador da Embrapa, Gustavo Martins da Silva, ainda reforçou a ideia apresentada pela Emater/RS-Ascar, ou seja, de os agricultores serem os próprios fabricantes da ração que utilizam, construindo um silo secador para armazenar o milho que plantam na propriedade. "O milho, junto com o farelo de soja, poderia ser uma fonte de energia importante e barata, fazendo sobrar no bolso o dinheiro economizado com silagem e ração", sugeriu Martins.

 Outro ponto discutido no encontro foi a importância da água nos piquetes. Atualmente, os animais descem e sobem o terreno com declive para matar a sede em um único tanque, instalado próximo a sala de ordenha. Sem nenhuma sombra para se proteger do calor do verão, o sofrimento das vacas, segundo o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Dejair Burtet, poderia ser evitado com o plantio de árvores em determinados pontos dos piquetes. 

 Preocupados com a saúde de Noeli e César, os integrantes da Rede Leite sugeriram pequenos investimentos na sala de ordenha, como a instalação de rampas ou degraus para as vacas ou, senão, de um fosso para que o casal possa tirar leite em pé e não agachado como faz atualmente. Para poupar César do esforço de carregar os baldes cheios de leite até o resfriador que se encontra dentro da casa, a sugestão foi retirar o equipamento de onde ele está e fixá-lo ao lado da sala de ordenha.  

 O procedimento adotado com a família Jung se repete periodicamente no Noroeste gaúcho, nas mais de 50 propriedades que fazem parte da Rede Leite. O objetivo é estimular o agricultor familiar a enxergar na sua e na propriedade dos outros, problemas e soluções para os diferentes sistemas de produção de leite – ambiente, animais, pessoas, mercado -, promover a participação dos pequenos produtores e socializar o conhecimento adquirido com a prática e com estudos e pesquisas de áreas como agronomia, pedagogia, medicina veterinária, entre outras.

 Em Redentora, a produção de leite é considerada uma atividade socialmente muito importante, que garante a sobrevivência de 270 famílias de pequenos agricultores, segundo informou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Arlindo Moura de Almeida.

 Rede Leite

Experiência inédita no país, a Rede Leite segue fundamentos da Pesquisa-desenvolvimento: enfoque sistêmico, abordagem interdisciplinar, análise dinâmica e participação.

 Além de pequenos agricultores, fazem parte da Rede Leite a Emater/RS-Ascar, Embrapa (Clima Temperado e Pecuária Sul), Unijuí, Unicruz, Ufsm, Instituto Federal Farroupilha – campus Santo Augusto, Fepagro, Cooperfamiliar e Associação de Empreendimentos Lácteos (Agel).

 

Informações

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal Brutti