Rede Leite dobra rendimentos de produtor em Miraguai
Pequeno produtor de leite fecha o ano de 2009 com R$ 22 mil no bolso, R$ 11.841 a mais do que os R$ 10.159,00 obtidos no ano de 2006. A receita líquida também dobrou no período.
- 11/04/2012 11:20 - Atualizado em 12/04/2012 11:20
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Propriedade da família Schroder, Miraguaí
Em três anos, o pequeno produtor Oldir Schroder, de Miraguai, viu dobrar sua receita bruta obtida com a produção de leite. Sem alterar o número de vacas, são nove em lactação de um total de 18 animais, ele fechou o ano de 2009 com R$ 22 mil no bolso, R$ 11.841 a mais do que os R$ 10.159,00 obtidos no ano de 2006. A receita líquida também dobrou nesse período.
Mesmo com terreno acidentado, que dificulta o manejo, e solo frágil e raso, Oldir, a mulher Eni e a filha Paula têm conseguido manter índices de produtividade que variam de 18 a 22 litros vaca/dia.
O motivo da melhora, segundo Schroder, foi a assistência técnica que ele tem recebido, com mais regularidade, desde 2008, quando decidiu ser um dos 50 produtores de leite a fazer parte do Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do RS (Rede Leite). Desde então, a propriedade de 9,2 hectares dos Schroder virou uma espécie de laboratório para a Emater/RS-Ascar, Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Clima Temperado, Unijuí, Unicruz, Instituto Federal Farroupilha, Coperfamiliar, Fepagro e Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos, instituições parceiras da Rede Leite.
Na quarta-feira, dia 28 de julho de 2010, por exemplo, um grupo de técnicos da Emater/RS-Ascar, pesquisadores da Unijuí, além de agricultores de sete cidades da região Noroeste e prefeito de Miraguai, Alencar Gross, visitou a propriedade dos Schroder. “Com este relevo acidentado, as vacas têm um consumo de energia maior para se locomover e o manejo se torna mais difícil para o produtor”, avaliou a professora do curso de Agronomia da Unijuí, Leonir Terezinha Uhde. “É uma realidade diferente, já que em outros municípios o solo é argiloso”, comparou Uhde. “O Rede Leite é a pesquisa feita em tempo real, ganha o produtor que tem com quem trocar ideias, ganha os pesquisadores que têm a oportunidade de estudar coisas que ainda não tinham sido pensadas”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Ijuí, Neimar Peroni.
Ao analisar, juntamente com os agricultores, a propriedade como um sistema, a Rede Leite identifica problemas e sugere alterações de conduta. “Esta família decidiu que o foco seria o leite e não mais a soja”, disse o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, José Rubens dos Santos. Desde então, contou Santos, os Schroder têm dispensado cuidado especial à adubação da pastagem, grama tifton, campim elefante e milho. “Não existe produção de leite sem terra boa”, argumentou Santos. O técnico agrícola da Emater/RS-Ascar também destacou o fato de os Schroder estarem ampliando o próprio capital, sem fazer dívidas. A ordenhadeira, o resfriador a granel, a plantadeira, dentre outros equipamentos, foram comprados sem que eles precisassem tomar dinheiro emprestado. “As propriedades da Rede Leite serão faróis para as demais”, concluiu o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Valdir Sangaletti.
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