Rede Leite apresenta resultado de pesquisa sobre genética leiteira no Noroeste gaúcho
Amostras de leite foram coletadas em Bozano, Miraguaí, Sede Nova e Chiapetta
- 23/08/2013 20:33 - Atualizado em 26/08/2013 16:31
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Pesquisador da Embrapa Marcos Yokoo fala sobre pesquisa
Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul divulgam resultados de pesquisa sobre melhoramento genético realizada com gado de leite no Noroeste gaúcho. O trabalho, apresentado na última sexta-feira (22/8), em Sede Nova, vem sendo executado com auxílio de extensionistas da Emater/RS-Ascar em pequenas propriedades rurais que fazem parte do Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do Rio Grande do Sul (Rede Leite). “Com esta pesquisa esperamos definir a curva de lactação e, consequentemente, as estratégias de melhoramento genético e manejo sanitário e nutricional para aumentar o rendimento financeiro dos sistemas produtivos”, explicou o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Marcos Juan-Iti Yokoo.
A curva de lactação é analisada desde o início do parto até o final da lactação, período que dura aproximadamente 300 dias. Quanto mais plana é a curva, maior é a produção de leite. O desafio de manter a persistência da curva de lactação, como projeta Yokoo, pode ser alcançado com genética - por meio de vacas selecionadas-, e práticas de manejo.
Por isso, em Sede Nova, os pesquisadores defenderam que o melhoramento genético torna-se uma estratégia eficaz se andar junto com um eficiente sistema de manejo alimentar e sanitário. “É preciso integrar genética, saúde e nutrição”, insistiu a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, Emanuelle Baldo Gaspar.
Para a médica veterinária da Embrapa Pecuária Sul, Renata Suñé, a qualidade do leite é reflexo da nutrição. Em doses erradas, a quantidade de ração e pasto oferecida aos animais pode facilmente alterar o nível de gordura no leite e, em menor medida, o de proteína. A lactose (açúcar presente no leite) será afetada em casos extremos, quando o animal estiver desnutrido.
Portanto, controlar os níveis de gordura e proteína do leite, segundo Renata, é importante não apenas para atender exigências da Indústria (normalmente pede 3,1% de proteína e 3,31% de gordura), mas, sobretudo, para baratear os custos de produção, evitando que o produtor gaste dinheiro para oferecer mais ração do que o animal necessita. “Os animais comem para produzir leite, por isso, quando atingem o pico de produção, o alimento ingerido em excesso só serve para dar ganho de peso”, disse Renata. Ainda segundo a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, leite com excesso de proteína pode indicar problemas reprodutivos, a vaca entra em cio, mas não fica prenhe. “Nosso maior desafio é criar um método simples para que o agricultor possa ‘treinar o olho’ e enxergar tudo isso na propriedade”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Pedro Urubatan Neto da Costa.
A pesquisa
A partir de dados coletados pela Emater/RS-Ascar em 29 propriedades rurais da Rede Leite, a Embrapa Pecuária Sul identificou no Noroeste dois sistemas de produção: o Intensivo engloba propriedades com até 22 vacas em lactação e o sistema Menos Intensivo, identifica propriedades com menos de 10 vacas em lactação. Desde janeiro, laboratórios da Embrapa recebem amostras de leite enviadas pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar.
As amostras são coletadas em propriedades rurais, localizadas em Bozano, Miraguaí, Sede Nova e Chiapetta. “As características que estamos estudando são proteína, gordura, lactose, Contagem de Células Somáticas, Contagem Bacteriana Total e ureia”, explicou o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Marcos Juan-Iti Yokoo.
Também participaram do Encontro da Rede Leite em Sede Nova, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Gustavo Martins da Silva, o coordenador regional da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Adelmo Colbeck, e supervisores regionais da Emater/RS-Ascar, João Schommer e Júlio Paris.
Informações
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
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