Rede Leite apresenta retrato do idoso do meio rural
Foram pesquisados 123 idosos do Alto Jacuí
- 12/08/2013 09:57 - Atualizado em 12/08/2013 13:57
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Reitora da Unicruz Elizabeth Dorneles elogia trabalho em rede
Foram divulgados na sexta-feira (9/8), em Cruz Alta, os primeiros resultados de uma pesquisa feita com idosos do meio rural. A pesquisa Condições de saúde, sociabilidades e trajetória de vida de idosos produtores rurais: um estudo em municípios da Região do Corede Alto Jacuí é coordenada pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz) e realizada no âmbito do Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do RS (Rede Leite). “Além de todas as importantes contribuições, destaco a possibilidade de sistematizarmos um trabalho que é social”, disse a reitora da Unicruz, Elizabeth Fontoura Dorneles.
Extensionistas da Emater/RS-Ascar auxiliaram na seleção dos 123 idosos pesquisados e na abordagem durante as visitas, realizadas no interior de Cruz Alta, Ibirubá e Fortaleza dos Valos. “Dialogamos com a universidade para fazer este trabalho com dedicação”, disse o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar da região administrativa de Ijuí, Antônio Altíssimo. “Este trabalho abre a possibilidade de socializarmos o legado dos idosos aos jovens que irão fazer a sucessão rural”, disse a coordenadora regional de Bem-Estar Social da Emater/RS-Ascar, Silvana Canova. Segundo Silvana, o público idoso é expressivo no Noroeste gaúcho – no Brasil, as pessoas com mais de 60 anos somam 23,5 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A taxa de natalidade das mulheres brasileiras está se igualando a das italianas, que estão diminuindo o número de filhos”, completou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Rudimar Petter.
Também participaram do encontro, no campus da Unicruz, a vice-reitora de pós-graduação da Unicruz, Cléia Baiotto, professora do Centro de Ciências Humanas e Comunicação, Rosane Felix, geógrafo do Instituto Privado Carlos Linneu, da Argentina, Nelson José Quevedo, assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Oldemar Weiller, professores e estudantes da Unicruz.
A pesquisa
Coordenada pela líder do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano (GIEEH), Solange Garces, a pesquisa com idosos envolveu professores e alunos dos cursos de Farmácia, Biomedicina, Fisioterapia, Educação Física, Nutrição e Pedagogia e, ainda, alunos do Projeto Rondon e pessoas das comunidades rurais.
Em um ano foram realizados no interior dos municípios conferências, seminários e reuniões sobre os direitos dos idosos, além de coletas de sangue para identificar o grau de intoxicação por agrotóxico e indícios de doenças degenerativas, como câncer.
Análises feitas a partir de duas enzimas, a TGO – encontrada em grande parte no músculo do coração -, e a TGP, presente no fígado, surpreenderam, pois não indicaram intoxicação aguda. No entanto, ponderou a professora de biomedicina e farmácia, Roberta Cattaneo Horn, ainda serão analisados os indicadores de estresse oxidativo. Esses indicadores, segundo Roberta, são mais definitivos para revelar lesões, em proteínas e lipídios, decorrentes da idade avançada e da exposição que os idosos tiveram ao longo da vida profissional na agricultura sem uso de equipamentos de proteção. A identificação dessas lesões permite monitorar e tratar doenças.
A pesquisa revelou ainda que, entre os idosos, as mulheres são a maioria. A aposentadoria complementa a renda, que varia de um a cinco salários mínimos. Se tivessem mais dinheiro, os idosos comprariam mais terra, embelezariam a casa e guardariam uma parte na poupança. Entre as dificuldades foram mencionadas a falta de transporte, estradas e saúde. A tranquilidade do meio rural, a comunidade e as atividades oferecidas pela Emater/RS-Ascar foram apontadas como fatores de motivação. Embora não frequentem missas, os idosos rezam diariamente e se dizem católicos. Quanto aos planos para o futuro, os idosos do Alto Jacuí desejam melhorar a infraestrutura, permanecer na propriedade, ajudar filhos e netos e viver bem.
Rede Leite
A pesquisa sobre a vida dos idosos, com foco em indicadores sociais, se diferencia das demais, desenvolvidas pela Rede Leite com ênfase na produção e produtividade, tais como forrageiras, solo, irrigação, sementes.
Integram a Rede Leite a Unicruz, Emater/RS-Ascar, Embrapa, Unijuí, Universidade Federal de Santa Maria, Instituto Federal Farroupilha – campus Santo Augusto, Fepagro, Cooperfamiliar, e Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos (Agel).
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti
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