Caravana da Rede Leite chega a Salto do Jacuí


"Leite paga faculdade da nossa filha", disse Mello


Propriedade fica no Assentamento Oriental

O casal de agricultores de Salto do Jacuí, Elisabete e Milton Mello, recebeu, nesta quarta-feira (5/6), no assentamento Oriental, onde mora, a visita de pequenos produtores de leite e extensionistas da Emater/RS-Ascar de 15 municípios da região Noroeste. A visita é uma das estratégias adotadas pelo Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira na Região Noroeste do Rio Grande do Sul (Rede Leite), para estimular a interação entre as 67 famílias que participam da rede. O prefeito de Salto do Jacuí, Altenir Rodrigues da Silva, compareceu ao evento para afirmar que o poder público municipal é “parceiro” do programa. “É através da agricultura que vamos desenvolver o município”, disse Silva.

A transição da soja para o leite

Antes de ingressarem na Rede Leite, em 2009, Elisabete e Milton Mello plantavam soja.“Eu pagava pelo arrendamento da terra, para colherem e transportarem minha produção até a cidade. No final, se tudo saísse mal, eu já começava o ano seguinte endividado”, lembrou Mello. Mesmo assim, o casal havia decidido se desfazer do plantel leiteiro. Em 2009, no entanto, eles aderiram à Rede Leite. “Foi quando visitamos uma propriedade de cinco hectares, em Esperança do Sul, com 18 vacas em lactação, daí a gente viu que a atividade era viável e mudamos os nossos planos, ao invés de plantar soja, nos concentramos somente na produção de leite”, lembrou o produtor, que possui 27 hectares. O plantel leiteiro atual é de 29 vacas da raça jersey.”Com o trato de uma holandesa eu consigo manter três vacas jersey”, comparou Mello. 

Com a adoção de práticas sugeridas pela Rede Leite, os custos para produzir um litro de leite têm diminuído, fazendo sobrar mais dinheiro no caixa da família. A margem líquida obtida por litro de leite passou de R$ 0,35 em 2009, para R$ 0,37 em 2011. A produção mensal varia de 9 a 12 mil litros. Segundo o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Dionísio Treviso, os Mello já ultrapassaram a meta inicial, que era chegar a uma renda mensal de R$ 6 mil. “O leite paga a faculdade de engenharia elétrica da nossa filha, a luz, combustível, prestação do trator, tudo é pago com o que recebemos do leite”, enumerou Mello.

Seriedade

O presidente do Conselho Municipal de Agricultura, Alberi Alves de Camargo, elogiou o esforço dos pequenos produtores e lembrou do recente escândalo de adulteração do leite com água e formol, no Rio Grande do Sul. “Os marginais que adulteraram leite deveriam se espelhar no esforço dessas pessoas que estão aqui hoje”, disse Camargo.

O próximo encontro da Rede Leite foi marcado para o dia 21 de junho, em Alto Alegre.

Também participaram do encontro, em Salto do Jacuí, a chefe da equipe municipal da Emater/RS-Ascar, Tânia Treviso, Assistente Técnico Regional de Sistemas de Produção Animal da Emater/RS-Ascar, Oldemar Weiller, supervisor das microrregiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Cruz Alta e Não-Me-Toque, Rudimar Petter,e secretário municipal de Agricultura, Antônio Gabriel da Silva.

Rede Leite

Além das 67 famílias de pequenos produtores, também integram a Rede Leite as seguintes instituições: Emater/RS-Ascar, Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Clima Temperado, Unijuí, Unicruz, Fepagro, Insitituto Federal Farroupilha – campus Santo Augusto, Cooperfamiliar e Agel. 

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal Brutti