Rede Leite analisa como levar resultado de pesquisas a produtores e extensionistas


Integrantes do GT Qualidade do Leite e Sanidade Animal propuseram a criação de um boletim técnico e de folderes para os produtores


Reunião ocorreu no Deag, na Unijuí

Criar boletins técnicos para levar o resultado de pesquisas aos extensionistas da Emater/RS-Ascar e produzir folderes com conteúdo didático, dirigido aos pequenos produtores de leite. Essas foram algumas das sugestões levantadas na quinta-feira (1/11), durante reunião do Grupo Temático Qualidade do Leite e Sanidade Animal, um dos sete grupos de trabalho do Programa Rede Leite. O encontro foi realizado no campus na Unijuí.

Para o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Ivar Kreutz, no folder também devem constar informações clínicas, relacionadas à saúde do animal, além de informações sobre pasto e produção de leite. “Entre tantos temas, podemos citar o protocolo de vacinas, brucelose e tuberculose, estresse animal e qualidade do leite”, disse Kreutz.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Pedro Urubatan Neto da Costa, o conteúdo do boletim técnico não se limitará a divulgar resultado de pesquisas, destacando temas atuais que sejam do interesse dos extensionistas que prestam assessoria técnica aos produtores. “Com temas que partem do geral para o particular, traremos, neste material, respostas sobre questionamentos dos produtores”, explicou Costa.

Em âmbito da Unijuí, também foi levantada a possibilidade de divulgar as pesquisas da Rede Leite na programação do Seminário Internacional de Pesquisa e Extensão nas Ciências Agrárias, que irá ocorrer em julho de 2013, em comemoração aos 25 anos do curso de Agronomia. “Paralelamente ao seminário, poderia ocorrer um salão da Rede Leite, com apresentação de trabalhos dos resultados do programa, pois, de nada adianta determos as informações se elas não chegarem ao campo”, vislumbrou a professora Denize Fraga.

O coordenador do curso de Agronomia da Unijuí, Roberto Carbonera, aproveitou para revelar uma série de investimentos feitos pela universidade na área de saúde animal, que estão contribuindo com a Rede Leite. “Queremos ser um polo de tecnologia de saúde animal. Em breve, prestaremos diversos serviços, como carrapatograma, análise de sêmen, bacteriologia e virologia. Oficialmente ainda não estamos operando, mas já são realizas análises em nível de calibração de equipamentos”, contou Carbonera. O que falta fazer, segundo ele em virtude dos altos custos que ultrapassam R$ 2 milhões, é a análise da qualidade do leite, como Contagem de Células Somáticas (CCS) e análise de proteína e gordura.


Pesquisadores relatam andamento de pesquisas sobre melhoramento animal e qualidade do leite

Ainda durante o encontro, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Marcos Yokoo, detalhou o andamento da pesquisa ‘Indicadores Econômicos para Características de Qualidade do Leite’. O estudo analisa qual biótipo (tipo físico) do animal é mais adequado ao sistema de produção de leite e qual o indicador econômico para cada biótipo. O pesquisador, responsável pelo melhoramento animal, explicou que está sendo realizada uma análise multivariada, em 30 Unidades de Observação da Rede Leite (pequenas propriedades rurais), a fim de utilizar os indicadores econômicos e de produtividade destas propriedades e relacioná-los com a genética dos animais encontrados no campo, analisando se os aspectos genéticos tem correlação com os indicadores.

Um grave problema, que afeta a qualidade do leite, segundo o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Gilberto Bortolini, está relacionado ao transporte. Bortolini, que coordena o Núcleo de Cooperativismo de Ijuí, já diagnosticou o problema em várias propriedades da região. “A preocupação das cooperativas é com o tempo gasto para que o leite seja recolhido, ou seja, os produtores que moram em locais mais distantes demoram a ter o leite coletado”, antecipou Bortolini.

O trabalho do Núcleo de Cooperativismo quer, nesse sentido, selecionar os produtores para serem assistidos, considerando vários aspectos, como equipamentos, processos e também a venda do leite. Para a extensionista de Bem-Estar Social da Emater/RS-Ascar, Roseli Seintefuss, o tempo longo de coleta, no entanto é uma dos principais problemas que precisa ser resolvido. “É possível que a indústria faça uma segregação das rotas relacionadas à qualidade do produto. Então, se as cooperativas não buscarem um diferencial, não terão futuro”, analisou Bortolini.

Por fim, ocorreu a troca de coordenação do GT Qualidade do Leite e Sanidade Animal. A coordenação do grupo passou a ser colegiada, contando com as professoras da Unijuí, Denize Fraga e Luciane Martins, e ainda com  representante da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí, a ser definido. Antes, a articulação do grupo estava a cargo do engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Pedro Urubatan Neto da Costa.

A próxima reunião do Grupo Temático Qualidade do Leite e Sanidade Animal está marcada para o dia 15 de março de 2013, na Sala de Reuniões do Departamento de Estudos Agrários (DEAg) da Unijuí, às 9h30min. Um dos temas que irá pautar a reunião será plantas bioativas, a validação e o acesso a essa tecnologia.


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